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segunda-feira, outubro 09, 2006

Mundo perigoso...



A ler no Publico.

domingo, outubro 08, 2006

Eu já votei...

... com o meu triângulo vermelho!


No público de hoje,
dois artigos de Isabel Arriaga e Cunha, a ler por todos os que querem compreender a importância da eleição de hoje e da eleição legislativa de 2007 para a Bélgica, e também perceber os perigos associados.

"Extrema-direita pronta para voltar a subir"

e

"Um partido racista e xenófobo".

quinta-feira, outubro 05, 2006

Pela tolerância, contra a extrema direita (2)

Pedro, tens razão, o post precedente merece uma explicação. Seguiste o link? Se o fizeste viste 3 locais de voto, sobre os quais pairavam uns abutres.

Este Domingo, dia 8, é dia de eleições na Bélgica, eleições autárquicas. E, como sempre em vésperas de eleições neste país dito tolerante, é preciso lembrar as pessoas dos perigos dos abutres de extrema direita e dos partidos intolerantes em geral, sejam eles fascistas (os mais representativos aqui), islâmicos ou outros.

As pessoas não podem gritar "que horror" porque o Irão elegeu um déspota cretino para presidente, e depois no segredo do voto, votar por outros cretinos que são tão perigosos como o Ahmadinejad (?).

Ninguém pode esquecer que Hittler chegou ao poder através de uma eleição democrática, mesmo se a seguir subverteu e destruiu o sistema que o elegeu. Também Salazar usou a democracia (falseada...) para fortalecer o seu poder num famoso referendo em que as abstenções contavam como votos a favor.

A democracia é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros. Não foi o Sérgio Godinho que disse isto, mas sim Winston Churchill. E isto é profundamente verdade.

A democracia encerra em si o risco de se autodestruir, nomeadamente elegendo déspotas! A única forma de isso não acontecer é, quanto a mim, educar, formar a população, transmitir um espírito cívico e crítico. Mas, infelizmente, é o contrário que tem acontecido. Os Estados Unidos são o exemplo claro. Um país a várias velocidades, em que o grosso da população é cada vez menos educada, e cada vez mais mal formada civicamente, cada vez mais formatada num molde de "pão e circo". É claro que ter uma população acrítica é visto pela maioria dos políticos como uma benesse, um aborrecimento a menos! Mas o perigo está lá: um dia, um paspalho com falinhas mansas convence as massas, e estamos todos, TODOS, em apuros.

Aqui na Bélgica é perturbador. Na Flandres, um dos maiores partidos, se não mesmo o maior em expressão eleitoral é o Vlaams Belang, um partido fascista, intolerante, xenófobo. O que não o impede, antes pelo contrário, de ter 38% nas sondagens para a cidade de Antuérpia. A Bélgica não é a Venezuela, onde a populaça viu em Hugo Chavez uma saída para a pobreza e da miséria da qual ninguém tem hipótese de sair. Mas será que saíram com Chavez? Duvido... Ganharam um déspota. Mas o desespero pode, talvez, justificar a falsa esperança... Porém na Bélgica vive-se bem, muito bem mesmo, essa justificação não existe. O nível de vida é um dos melhores do mundo, o estado social funciona, com os seus defeitos, claro. A mobilidade social não será parecida com a americana, mas existe e funciona. As oportunidades nunca são iguais, mas é possível subir socialmente através da educação e do esforço. que aqui trabalham. Como é que este povo pode votar em fascistas, xenófobos, intolerantes? Mais, a Bélgica e o tecido produtivo belga depende, numa medida enorme, de estrangeiros. Como pode alguém votar por um partido cuja primeira e mais importante promessa é expulsar estrangeiros? A economia local ruíria imediatamente, e com ela toda a bela vida destes 10,5 milhões de almas.



O Triângulo vermelho serve para lembrar às pessoas de hoje que há pouco mais de 60 anos atrás, todos os que não eram exactamente iguais aos outros, eram obrigados, pelo poder ocupante nazi de usar um triângulo vermelho bem visível. Começou assim...
É esse o resultado da intolerância.
Morte, conspurcação e vergonha.

Em Portugal o fascismo também quer renascer. Por enquanto, felizmente, sem expressão eleitoral. Espero e farei tudo para que assim continue!

Sucessivos ministros e ministérios da educação atiram o estudo da ditadura para o último capítulo, aquele que nunca é visto nas aulas, porque os programas são extensos, e entre 1415 e 1640 aconteceu tanta coisa em Portugal... Alguns professores de história desprovidos de espírito crítico, outros saudosos, agradecem... Porém é preciso revoltar-se. Agir.

Não perguntem de onde renasce o fascismo (em Portugal ou na Bélgica): renasce do esquecimento...

Ninguém daqueles que como eu têm 30 anos sabe o que foi a ditadura. Nunca ninguém lhes ensinou, poucos fizeram o esforço individual, e ainda menos tiveram a sorte de conviver, conhecer, admirar resistentes... E assim, a história não se inscreve...

“É a vida”, diria um muito mau primeiro-ministro que tivemos. Mas não é, não é uma fatalidade! Temos mais do que o direito, sobretudo O DEVER de recordar, de aprender, de não deixar cair no esquecimento.

Porque o melhor a fazer com o passado, seja ele individual ou colectivo, é aprender a não repetir os mesmos erros.